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O que é fluxo de caixa? Conheça os tipos e as diferenças entre eles

Realizar o fluxo de caixa é uma necessidade básica de qualquer empresa que preze pela boa gestão financeira, mas vários administradores, mesmo assim, não tratam a atividade com a devida importância. Faz-se fundamental entender o que é fluxo de caixa, sua importância, seus tipos e suas respectivas funções.

Erros no fluxo geram diversos prejuízos; por outro lado, o conhecimento apurado sobre ele possibilita a análise mais acurada sobre as receitas e despesas do negócio, a projeção de lançamentos e investimentos futuros, o desenvolvimento de planos de ação, entre outras funcionalidades.

Neste post, você verá no que exatamente consiste o fluxo de caixa, a sua importância na obtenção de resultados e os diferentes tipos existentes para assegurar o crescimento saudável da sua empresa. Boa leitura!

O conceito de fluxo de caixa

Trata-se de um tipo de controle da movimentação financeira em um certo período de tempo. Ele é realizado a partir do registro de entradas (faturamentos, vendas de bens ou ativos etc.) e saídas (custos, compras, aluguéis e outras despesas) de capital para formar um saldo final.

Movimentações de qualquer tipo e valor, por menores que sejam, são registradas de forma detalhada no fluxo. Seu processo de análise pode ser diário, semanal ou mensal, mas tem como avaliação final o balanço anual.

A existência desse fluxo é essencial para que o negócio alcance resultados eficientes, pois ele funciona como um mapa sobre as movimentações financeiras ao demonstrar as fontes do capital e onde ele está sendo aplicado.

Com ele, é possível comparar a performance do empreendimento (resultado entre o faturamento e os gastos) em épocas distintas, inclusive no futuro. Algumas de suas vantagens são:

  • aprimora o controle de gastos e investimentos: gestores podem analisar se as despesas são justificadas;
  • melhora o monitoramento de recebimentos: permite comparar se o volume de capital obtido está de acordo com as metas estabelecidas;
  • aperfeiçoa a verificação de saldos: permite que o gestor monitore os saldos para prevenir a descapitalização da empresa e evitar que ela deixe de quitar suas obrigações;
  • traz suporte a outros registros e relatórios: auxilia outros relatórios, como a estruturação de previsões para a companhia.

A importância do fluxo de caixa para as empresas

Não há como fazer a gestão financeira de uma empresa sem fazer um fluxo de caixa eficiente. O controle das finanças da companhia só pode ser feito quando há um gerenciamento correto do dinheiro que entra e sai.

O fluxo de caixa auxilia no gerenciamento de despesas. A partir da análise dos custos da organização, o gestor consegue identificar se o dinheiro está sendo aplicado corretamente e em que pontos é possível cortar custos, gerando economia para o negócio e direcionando recursos para áreas mais importantes, que vão ajudar a empresa a crescer.

Além disso, a análise do histórico de fluxos de caixa permite ter uma previsão da receita e das despesas para determinado período do ano. Esse fator possibilita ao gestor fazer um planejamento e projeções para o crescimento do negócio.

No mais, informações sobre o fluxo de caixa ajudam o gestor a tomar melhores decisões. Por exemplo: se você identifica períodos de melhor e pior resultado para a empresa, consegue direcionar as ações de forma a manter as vendas altas em períodos de sazonalidade e ainda melhorar o desempenho da organização em fases nas quais as vendas estão baixas.

Isso, porque, com a análise do fluxo de caixa, é possível identificar os motivos que levam a empresa a vender mais ou menos em certos períodos do ano.

Os tipos de fluxo de caixa existentes

Existem diversos tipos de fluxo de caixa, cada um com diferentes qualidades e funcionalidades. Explicamos os principais nos tópicos seguintes.

Fluxo de caixa operacional

Demonstra os resultados obtidos a partir do fluxo gerado pelas receitas e despesas da organização em um período de tempo selecionado. Seu cálculo envolve o Lucro antes de Juros e Imposto de Renda (LAJIR), que mede os ganhos obtidos pela empresa na forma de juros.

A equação do fluxo de caixa operacional é simples:

LAJIR + Desvalorização – imposto do LAJIR

O seu resultado é chamado de lucro operacional e também pode ser encontrado no relatório anual da companhia. É importante saber que ele não contabiliza os investimentos realizados pela empresa ou a necessidade de capital de giro.

Fluxo de caixa direto

Esse fluxo constitui uma das mais populares análises de caixa e é amplamente utilizado no meio corporativo. Nele, são registrados os recebimentos e pagamentos brutos, que são aqueles antes dos descontos.

Sua principal vantagem consiste no fato de que as movimentações são registradas em diferentes categorias, definidas de acordo com a natureza contábil, como tributos, recebimentos de clientes, contas a receber, encargos sobre empréstimos, duplicatas descontadas etc.

Essas categorias ficam disponíveis diariamente para o gestor, o que facilita o estudo acerca da saúde financeira e melhora a tomada de decisões.

Fluxo de caixa indireto

A análise desse fluxo é baseada no lucro ou prejuízo apresentado no Demonstrativo de Resultados do Exercício (DRE), que fornece uma síntese dos resultados operacionais e não operacionais da empresa no seu exercício fiscal (ano de exercício orçamentário).

Esse fluxo ajusta itens econômicos como amortizações, depreciações e variações nas contas do patrimônio. Essas são contas que afetam os lucros, mas não o caixa; por isso, o fluxo é chamado de indireto. Apesar de seu cálculo ser simples, ele está sujeito a grandes modificações.

Fluxo de caixa projetado

É uma estimativa da futura situação financeira da entidade em um determinado tempo. Na prática, o gestor estuda as entradas e saídas de capital no momento de análise (presente) e constrói uma visão futura do negócio.

Para formar uma projeção precisa, é preciso acumular um grande volume de informações, como as mudanças sazonais nas vendas, fatores internos e externos que podem impactar as movimentações etc.

A partir do fluxo projetado, o gestor pode antecipar estratégias, planejar a realização de pagamentos, identificar riscos que poderão comprometer a saúde do negócio e evitá-los, planejar investimentos, otimizar e organizar seus recursos etc.

Fluxo de caixa livre

Determina a capacidade de um negócio para gerar resultados positivos de curto, médio e longo prazo. Como o nome indica, esse fluxo constata o valor que ficou “livre” após o pagamento de todas as obrigações da empresa.

O valor encontrado normalmente é utilizado para pagar os dividendos dos acionistas ou saldar eventuais dívidas da organização, mas é possível elaborar novas estratégias para aplicar o capital excedente, como investimentos em projetos. No caso de balanços negativos, também permite a criação de estratégias corretivas.

Fluxo de caixa descontado

Esse fluxo é uma importante ferramenta para determinar a valorização da empresa, pois projeta as riquezas que ela produzirá no futuro. Basicamente, o método cria uma projeção de fluxo de caixa, porém desconta valores com os custos de capital, que são os riscos que serão assumidos por eventuais investidores.

O fluxo de caixa descontado é largamente utilizado no processo de compra e venda de ações ou cotas das empresas e nos processos de fusão, aquisição e outras técnicas de reorganização empresarial.

Fluxo de caixa para investimentos

Quando uma empresa está acumulando saldos positivos em seu caixa, mantê-lo parado não é benéfico. É fundamental que os gestores criem estratégias para investir o dinheiro excedente.

Esse capital pode ser aplicado em títulos, na expansão da empresa, na contratação de novos funcionários, no mercado financeiro, entre inúmeras outras possibilidades.

O fluxo aqui tratado analisa as movimentações financeiras das despesas de capital e comprova que os investimentos estão gerando os resultados esperados. Caso não estejam, o administrador poderá alterar as aplicações em busca de ganhos maiores.

Passos para um controle de fluxo de caixa eficiente

Para fazer um controle de caixa eficiente, é preciso contabilizar cada centavo que entra e sai do caixa da empresa. Pode parecer exagero, mas, depois de certo período de tempo, falhas na contabilização do dinheiro podem trazer prejuízos financeiros para a empresa, além de prejudicar o processo de tomada de decisão.

Com o acompanhamento correto das finanças da empresa, é possível planejar melhor os investimentos, saber quando é hora de cortar custos e quando é hora de expandir o negócio e abrir novas filiais.

A seguir, vamos dar algumas dicas sobre como fazer um fluxo eficiente.

Categorize suas movimentações detalhadamente

Essa é uma parte básica e importante do fluxo de caixa. Aqui, é preciso informar para onde o dinheiro está indo. Por exemplo: em categorias, deve ser registrado quanto foi gasto em determinado mês para:

  • pagamento de funcionários;
  • aluguel;
  • compra de produtos ou matéria-prima;
  • água, luz, telefone;
  • limpeza;
  • impostos e outras despesas fixas e variáveis.

Também é preciso separar por categorias o dinheiro que entra no caixa da empresa, detalhando se os pagamentos serão feitos em dinheiro, cartão de crédito à vista ou parcelado, no débito ou boleto.

Categorizar todas essas informações deixa o fluxo de caixa da empresa mais organizado e eficiente.

Atualize e acompanhe seu fluxo de caixa

Para que a gestão financeira da empresa seja eficiente e não tenha erros, é importante acompanhar as entradas e saídas de dinheiro todos os dias. As informações devem ser atualizadas diariamente, caso contrário, você corre o risco de esquecer de registrar alguns dados e deixar seu fluxo de caixa incorreto.

O ideal é reservar uma parte do dia para realizar essa tarefa, que precisa ser feita com a máxima atenção. É importante nunca encerrar o expediente sem fechar o caixa ou analisar as despesas que devem ser pagas e o dinheiro que vai entrar na empresa nos próximos dias.

Defina bem suas métricas 

Como já foi citado ao longo deste post, fazer uma boa gestão do fluxo de caixa da empresa é essencial para a saúde financeira do negócio, mas não é somente isso, pois gerir as finanças da organização com eficiência ajuda na expansão do negócio. 

Então, é importante que a empresa defina bem suas métricas, ou seja, visualize aonde quer chegar em determinado período de tempo, estabelecendo objetivos claros e alcançáveis, pois não adianta ter como meta abrir mais duas filiais se o negócio ainda não tem um capital de giro suficiente para manter isso.

Para fazer a análise das métricas, é preciso observar indicadores como faturamento, saldo e lucro. Isso, porque, se a empresa tem um faturamento muito alto, mas o lucro ainda não é satisfatório, é preciso entender o porquê dessa questão.

Ao analisar as métricas, você consegue identificar onde a empresa está acertando ou errando e, dessa forma, criar ações para melhorar sua performance e alcançar os resultados desejados.

Utilize um software para controle do fluxo de caixa

Planilhas do Excel já foram as melhores amigas de gestores financeiros, pois são capazes de fazer um fluxo de caixa bastante detalhado. No entanto, nem todos dominam essa ferramenta, e, mesmo que o programa seja muito bom, não se compara a um software específico.

Um sistema de fluxo de caixa garante mais segurança e um controle financeiro eficiente, por ter as opções necessárias para fazer a gestão do dinheiro da empresa de maneira simples e rápida. As informações ficam centralizadas em um único local e podem ser acessadas a qualquer hora, de qualquer lugar, caso a empresa opte por um software na nuvem.

Além disso, a atualização das informações é feita de forma simples, e o acompanhamento diário do fluxo de caixa também se torna mais fácil do que em uma planilha de Excel, pois o risco de erros com o uso de um software específico é bem menor.

Mas é importante escolher um programa de qualidade, que seja adequado às necessidades específicas da sua organização. É claro que isso não significa ter que escolher o sistema mais caro, mas aquele que ofereça um bom custo-benefício.

No mais, um software gera gráficos, planilhas e relatórios precisos, transparentes e de fácil leitura, o que facilita o controle financeiro da empresa e torna a gestão do fluxo de caixa — que é bastante complexa — simples e eficiente.

Pense a longo prazo

Um fluxo de caixa eficiente é aquele que é elaborado pensando no futuro da empresa. Por meio da gestão das finanças, a companhia pode fazer projeção média do ano inteiro, analisando os diferentes cenários e preparando o negócio para possíveis contratempos, como queda nas vendas, períodos de crise na economia, entre outros fatores.

Como você viu, os diferentes tipos de fluxo de caixa são importantes para manter a saúde financeira do negócio e equilibrar as despesas. No entanto, é preciso lançar mão de estratégias eficientes para realizar esse trabalho da melhor forma possível, inclusive adotando softwares específicos para ajudar a empresa a fazer a gestão das finanças de forma mais segura, simples e eficaz.

Sobre o autor

José Carlos Fortes

Fundador e Chairman da Fortes Tecnologia e do Grupo Fortes (Tecnologia - Educação - Auditoria - Consultoria - Advocacia). CEO da REPARTSE - Rede Parceira de Tecnologia, Serviços e Educação. Advogado, Contador e Matemático (UNIFOR). Pós graduações - Mestrado em Administração (UECE). Especialização em Direito Empresarial (PUC-SP), em Administração Financeira e em Matemática Aplicada (UNIFOR). Professor com mais de 30 anos de magistério superior (UECE e UNIFOR) e Palestrante. Lecionou nos cursos das áreas de Engenharia, Tecnologia da Informação, Ciências Contábeis, Administração e Direito. Autor de livros nas áreas contábil, jurídica e matemática financeira. Perito Contábil e em Cálculos Financeiros e Auditor Independente. Participou ativamente em diversas entidades de classe, destacando CRC-CE, SESCAP-CE, IIBRACON - 1a. Seção Regional, APCEC, OAB-CE e CDL-Fortaleza.